quinta-feira, 24 de setembro de 2009

"Salve Geral" disputa indicação ao Oscar e o Festival do Rio 2009

Em meados de Setembro, duas notícias chamam a atenção dos cinéfilos. Dentre os filmes competindo pela indicação para representar o Brasil na disputa a uma indicação no próximo Oscar, “Salve Geral” (Sérgio Rezende, 2009) foi o escolhido, vencendo longas como “Besouro” (João Daniel Tikhomiroff, 2009) e “A Festa da Menina Morta” (Matheus Nachtergaele, 2009).

O filme, que teve o Cinemark Downtown como anfitrião de sua pré-estréia no dia 22, deve chegar aos cinemas dia 2 de Outubro. O enredo fala sobre os ataque de maio de 2006 a São Paulo, que foi paralisada pelo crime – mas, inspirado nos fatos do acontecimento real, conta a história ficcional de duas mulheres, a mãe de um jovem preso pouco antes da rebelião, interpretada por Andrea Beltrão, e a advogada do líder do Comando.



Outro fato que tem mobilizado inúmeros cinéfilos é o tradicional Festival do Rio, que começa hoje, dia 24 de Setembro de 2009, e se estende até o dia 8. A inauguração ficará por conta de “Aconteceu em Woodstock” (Ang Lee, 2009), em uma sessão exclusiva para convidados hoje à noite no cinema Odeon.


Durante o maior festival de cinema da América Latina, os cariocas poderão notar a presença do diretor estadunidense Quentin Tarantino, - que virá com seu filme “Bastardos Inglórios” (2009), escolhido para a sessão de encerramento do festival – e de Jeanne Moreau, diva do cinema francês homenageada da edição, com uma mostra só para ela, que esteve em filmes de François Truffaut, Luís Buñuel e Louis Malle.

Na mostra competitiva encontram-se onze longas de ficção e sete documentários nacionais. O polêmico “Do Começo ao Fim”, de Aluízio Abranches teve que ser substituído por “O Sol do Meio-Dia” de Eliane Caffé, por não ter sido concluído a tempo. Entre as ficções, encontram-se “Bellini e o demônio”, de Marcelo Galvão, “Natimorto”, de Paulo Machline, “Hotel Atlântico”, de Suzana Amaral e “Viajo porque preciso, volto porque te amo”, de Karim Ainouz e Marcelo Gomes, entre outros.

Um pavilhão foi montado no Galpão de Cultura e Cidadania, onde haverá o Cine Encontro, que promove debates e contato entre o público e os cineastas participantes da Première Brasil. O pavilhão também abrigará um espaço inédito dedicado a jogos inspirados em filmes como “High School Musical”, “007 – Quantum of Solace” e “Poderoso Chefão 2”. Em entrevista ao Portal IG, a diretora-executiva do festival, Ilda Santiago, comentou que a criação deste espaço, assim como o Festival do Rio, tem o intuito de atrair e atender a todos os tipos de cinema e de público.

Com suas 28 mostras, este objetivo da edição 2009 do Festival fica bem claro, mantendo-se alinhado com as edições passadas. E pelo que parece, o festival tem atingido o seu alvo – em 2008, contou com mais de 220 mil espectadores. Muitos destes, provavelmente, já se vêem novamente com o programa em mãos, circulando filmes freneticamente e dando boas vindas a mais uma festa carioca de cinema.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

"Hotel Atlântico" é o Brasil no Festival de Toronto 2009

Imagine uma diretora de cinema de 77 anos que consegue levar seu filme ao festival de Toronto como o único representante de um país tão rico em termos cinematográficos como o Brasil. Essa diretora é Suzana Amaral e ela surpreendeu o público com o conteúdo inovador de seu filme “Hotel Atlântico”.


A história é de um homem sem rumo, que em sua viagem pelo Sul do Brasil se depara, e faz o público se deparar, com o sensual, o perigoso e, principalmente, o peculiar. A desconexão das suas experiências pode parecer um defeito, mas é o grande trunfo de um filme que parece, até mesmo pelo trailer, não querer contar uma história propriamente dita. Assim sendo, o inesperado pode ser considerado o que mais atrai no filme, colocando quem o assiste para viajar com o personagem sem nome do ator Júlio Andrade de “O homem que copiava”. João Miguel, de “Estômago”, e Mariana Ximenes também são tripulantes da viagem baseada no livro de João Gilberto Noll.



Suzana Amaral já dirigiu dois outros filmes ("A Hora da Estrela" de 1986 e "Uma Vida em Segredo" de 2002) e não é a primeira vez que é convidada para ir ao Festival de Toronto apresentar um filme. Dessa vez ela veio na categoria “Masters”, mas no festival de cinema do Rio de Janeiro, que começa no fim desse mês, ela estará na Mostra Competitiva. Inclusive, Suzana não precisará nem vencer para provar sua afirmação de que “Artista não tem idade”, afinal, ela foi a única que foi para a 34ª edição do importante festival de Toronto.