Lista dos Filmes Selecionados na Linha C do FSA
“Amor Sujo” – Paulo Caldas (R$ 500 mil)
“Apollo Futebol Clube” – Mauricio Farias (R$ 700 mil)
“Besouro” – João Daniel Tikhomiroff (R$ 1,5 milhão)
“Corações Sujos” – Vicente Amorim (R$ 1,5 milhão)
“Um Dia” – Jéferson De (R$ 377 mil)
“Do Começo ao Fim” – Aluízio Abranches (R$ 462 mil)
“Eu e Meu Guarda-Chuva” – Toni Vanzolini (R$ 1 milhão)
“Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios” – Beto Brant (R$ 700 mil)
“Estação Liberdade” – Caito Ortiz (R$ 500 mil)
“Febre do Rato” – Claúdia Assis (R$ 500 mil)
“Histórias de Amor Duram 90 Minutos” – Pailo Halm (R$ 300 mil)
“A Hora e a Vez de Augusto Matraga” – Vinícius Coimbra (R$ 500 mil)
“Insolação” – Daniela Thomas e Felipe Hirsch (R$ 500 mil)
“Minhocas” – Paolo Conti e Artur Nunes (R$ 1,6 milhão)
“Salve Geral” – Sérgio Rezende (R$ 1,5 milhão)
“Somos Tão Jovens” – Antônio Carlos Fontoura (R$ 500 mil)
“As Vidas de Chico Xavier” – Daniel Filho (R$ 1,8 milhão)
“A Vida Secreta das Estrelas” – Ricardo Elias (R$ 483 mil)
“Besouro – Nasce um Herói”, João Daniel Tikhomiroff
A história se passa na Bahia de 1920, onde os negros ainda sofriam com a descriminação e o trabalho escravo. O menino Manuel, que buscou sua identidade na capoeira, viria a ser o herói Besouro que lutaria contra a opressão de seu povo. Assim como o inseto homônimo, que desafiava as Leis da Física ao voar, o mítico capoeirista deveria desafiar a lei dos homens da época.
“Do Começo ao Fim”,
Aluízio Abranches notara a prática do cinema de abordar temas delicados associando a eles justificativas trágicas ou traumáticas. O diretor de “As Três Marias” (2002) desejava, então, transformar temas considerados tabus em uma bela história de amor, na qual não houvesse tais justificativas, e que ocorresse naturalmente. Assim nasceu “Do Começo ao Fim”, polêmico filme que narra a história de dois irmãos que vão desenvolvendo uma proximidade íntima que os levará a manter um caso incestuoso.
O longa, que trata de dois temas delicados, o homossexualismo e o incesto, enfrentou alguns obstáculos. O ato de arranjar patrocínio, por exemplo, foi dificultado pelo preconceito. E mesmo quando o conseguiram, a condição dos patrocinadores era permanecer em anonimato.
A produção, que contou com um orçamento relativamente baixo, conseguiu se manter firme graças à fé dos envolvidos com o projeto. O renomado fotógrafo suíço Ueli Steiger, que fez a fotografia de “O Dia Depois de Amanhã” (2004) e “Patriota” (2000), participa do filme, principalmente devido a sua amizade com o diretor – ambos estudaram cinema juntos na Inglaterra.
A preocupação de Abranches com a estética do filme somada à participação de Ueli Steiger na fotografia ajudam a capturar de forma definitiva a delicadeza que sempre foi o foco do projeto. O fato de o resto das pessoas envolvidas realmente acreditarem na história - como o elenco, que conta com Júlia Lemmertz, Fábio Assunção, Rafael Cardoso e João Gabriel Vasconcellos no papel dos dois irmãos adultos - seria como a cereja no topo do bolo.
“Insolação", Daniela Thomas e Felipe Hirsch
Com o intuito de retratar o amor inalcançável de forma sincera, dotada da delicadeza própria do sentimento, Daniela Thomas e Felipe Hirsch rodaram o seu primeiro longa após realizarem em conjunto inúmeros projetos teatrais ao longo de nove anos. A experiência teatral dos dois acabou por trazer para o filme alto nível de sensibilidade ao retratar a história e uma cautelosa preocupação com a sua montagem e produção.
Tanta dedicação e cuidado apresentou um resultado satisfatório: “Insolação” foi selecionado para participar do 66° Festival de Veneza, representando o Brasil na mostra paralela Horizontes (o longa “Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo”, de Marcelo Gomes e Karim Aïnouz, também participará da mostra) . Mesmo não concorrendo ao tradicional Leão de Ouro do festival, que ocorrerá entre 2 e 12 de setembro, a mostra para a qual o filme foi selecionado tem a sua importância – costuma privilegiar o cinema autoral que utiliza novas linguagens e aponta novas tendências.
Tais novas linguagens, que parecem ser exploradas no filme, apenas foram possíveis devido ao estado de liberdade criativa que os dois partilharam e suas montagens teatrais. Longos cinco anos foram necessários para que tanto Daniela quanto Felipe ficassem satisfeitos com o projeto – segundo este, cada passo que o filme avançava era pensado com extrema cautela e meditação, justamente por desejarem permanecer fiéis ao sentimento retratado em todos os seus aspectos.
O roteiro, que foi escrito baseando-se livremente em contos russos de autores como Tchekhov, Pushkin e Turgenev, fala sobre a utopia e febre de amor recém-iniciado, que poderiam ser confundidas com os efeitos de intensa insolação em uma cidade castigada pelo sol. No elenco, estão Paulo José, Simone Spoladore, Leonardo Medeiros, Leandra Leal, entre outros.
"As Vidas de Chico Xavier”, Daniel Filho
Como nos é explicitado pelo título, o longa trata do misterioso psicógrafo nascido em Minas Gerais. O filme, baseado no livro de mesmo nome escrito por Marcel Souto Maior, tenta desmistificar a figura de Francisco Cândido Xavier ao narrar sua história e seus feitos, como ter sido eleito ao prêmio Nobel da Paz e ter psicografado centenas de livros, que o tornariam um dos mais importantes brasileiros do século 20.
No elenco do filme encontram-se Tony Ramos, ator freqüente nos filmes de Daniel Filho, Letícia Sabatella, Cássia Kiss, Christiane Torloni, entre outros. O papel principal será revezado por três atores que retratarão o mineiro em três fases diferentes de sua vida, Mateus Rocha será o Chico de 1915 a 1922, Ângelo Antônio é encarregado do período de 1931 a 1959, e Nelson Xavier é o Chico maduro de 1969.
A direção fica por conta do veterano carioca Daniel Filho, envolvido com uma miríade de filmes nacionais que incluem “Auto da Compadecida” (2000), “Cidade de Deus” (2002), “Zuzu Angel” (2006) e “Se eu Fosse Você 2” (2008), principalmente através da sua produtora Lereby Produções.
O diretor já afirmou que buscou focar-se no homem Chico Xavier, que carregava o compromisso com a paz e a espiritualidade de uma forma paterna. “As Vidas de Chico Xavier” foi filmado no pólo cinematográfico de Paulínia e manteve um blog (http://www.chicoxavierofilme.com.br/blog/) acompanhando a produção e as filmagens do filme, que foram encerradas há cerca de uma semana e meia, no dia 17 de Agosto de 2009. A estréia do longa está prevista para o dia 2 de abril de 2010 – dia em que Chico completaria cem anos.