quarta-feira, 3 de março de 2010

Especial Oscar 2010

Com pouco mais de 100 horas faltando para a grandiosíssima 82° cerimônia de entrega do Academy Awards – que este ano promete vir em estilo luxuoso, com cortinas ainda maiores de cristais Swarovski no palco, para compensar a edição passada que, parece, foi “contida” devido à crise – os nervos estão à flor da pele, tanto dos cinéfilos quanto dos indicados.

E, tendo já passado o tradicional almoço dos indicados, oferecido pela Academia, encontramo-nos na última hora antes da meia noite da reta final para o Oscar. É devido a isso e à temporada intensa de caça aos filmes que concorrem ao prêmio máximo do cinema, que chegou a hora de comentar as conclusões e fazer especulações mais concretas. Nos próximos posts, tentarei comentar os principais filmes e as principais categorias da premiação.

O Oscar 2010 vem bem equilibrado: há categorias que incluem fortes candidatos e outras que já apontam para um favoritismo mais consolidado. A categoria de melhor ator em papel principal, por exemplo, se incluiria no primeiro caso.

Há o favorito Jeff Bridges, cuja comovente atuação em “Coração Louco” (Crazy Heart – previsto para estrear nos cinemas brasileiros dia 5 de março) como um desgastado cantor de country que enxerga a salvação em uma jornalista, lhe rendeu a participação em praticamente todos os prêmios importantes da temporada e vitória em alguns deles, como o Critics Choice, o Globo de Ouro e o Screen Actors Guild Awards. O fato de Bridges ter consigo esses dois últimos prêmios é o que pode fazer a mesa se inclinar para o seu lado.

Concorrente que pode surpreender, detentor de alguns prêmios do círculos de críticos estadunidenses (como o New York Films Critics Circle Awards) e do National Board of Review, é George Clooney, que em “Amor Sem Escalas” apresenta o que muitos descreveram como a melhor performance de sua carreira. No papel de um homem cujo trabalho é voar pelos EUA demitindo pessoas e tem com sua mala de viagem o seu relacionamento mais bem-sucedido, Clooney é fiel e cuidadoso, mas não particularmente inspirador. O ator também tem seu nome incluído na maioria das listas de indicados da temporada, e é tido como forte candidato na categoria.

Colin Firth também vem sendo cotado pelas listas de melhores atuações do não por sue papel no debut cinematográfico de Tom Ford como diretor, “Direito de Amar” (A Single Man). Firth também teve sua atuação como professor que perde seu parceiro em um acidente de carro e tenta seguir sua vida, reconhecido pelo círculo de críticos norte-americanos e levou o BAFTA da categoria. Se pesarmos o BAFTA de Firth com o Globo de Ouro de Bridges, o ator de “Coração Louco” provavelmente levaria a vantagem, o que também aponta para seu favoritismo neste domingo.

O Nelson Mandela do talentoso Morgan Freeman em “Invictus” é espantosamente preciso e por isso o ator também teve seu lugar de destaque na temporada, dividindo o National Board of Review de melhor ator com George Clooney, e indicado a diversos prêmios. O filme de Clint Eastwood segue a tentativa de Mandela de unir o país no período pós-apartheid utilizando o rugby. Mesmo apresentando uma ótima performance, Freeman não obteve tanto reconhecimento quantos seus companheiros de disputa, fato que provavelmente indicará que ele irá para casa sem a estatueta dourada este ano.

Protagonista do pequeno grande filme desta temporada, Jeremy Renner de “Guerra ao Terror” (The Hurt Locker), tem muito a comemorar. Além das inúmeras indicações que recebeu por seu papel como o líder, viciado em adrenalina, de um esquadrão anti-bombas no Iraque – algumas que até conseguiu ganhar – o ator ainda teve sua carreira renovada. Renegado a participações em séries televisivas e papéis menores, como no filme Extermínio 2 (2007), Renner aproveita agora a lufada de ar vinda com o Oscar: possui três filmes em pré-produção à sua frente. Suas chances de aumentar ainda mais a quota levando o Oscar de melhor ator deste ano são pequenas, já que sua força na categoria, assim como acontece com Morgan Freeman, é inferior a dos outros indicados – mas o ator certamente está agradecido.

Situação parecida foi a em que se encontrou Mickey Rourke na edição passada do Academy Awards. Com uma carreira completamente desgastada em que fazia papéis sem brilho há anos, Rourke ressurgiu das cinzas com “O Lutador” (The Wrestler – 2008). O papel de um lutador veterano sem a força da juventude que lutava para permanecer nos ringues caiu como uma luva no ator, que apresentou uma performance quase autobiográfica, de certa forma. Apesar de não ter recebido a estatueta, hoje Mickey Rourke conta com nove filmes para sair entre 2010/2011.
O favorito das pesquisas é Jeff Bridges, exatamente por o ator de “Coração Louco” estar apoiado sobre a força do Globo de Ouro e do Screen Actors Guild Awards, prêmio do sindicato dos atores. Mas será que isso será suficiente para subjugar de vez seus companheiros concorrentes? Nunca se pode declarar uma batalha do Oscar como vencida até que saia o resultado da guerra o que, no nosso caso, será neste domingo, 7 de março.

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